Tuberculose no Segmento Posterior: O que é, Sintomas, Diagnóstico e Tratamentos | SBRV

05/05/2025

A tuberculose no segmento posterior caracteriza-se por granulomas na coroide, retina e vasculite retiniana. Mais comum em regiões endêmicas, pode ameaçar a visão se não diagnosticada e tratada precocemente.

O QUE É

É a manifestação ocular da infecção por Mycobacterium tuberculosis, disseminada via hematogênica, alcançando a coroide e a retina.

CAUSAS E FATORES DE RISCO

  • Infecção sistêmica ativa ou latente por M. tuberculosis.
  • Imunossupressão (como em pacientes com HIV ou uso prolongado de esteroides).
  • Contato próximo com casos de tuberculose pulmonar.

SINTOMAS

  • Visão embaçada.
  • Moscas volantes (floaters).
  • Manchas ou escotomas no campo visual.
  • Dor ocular leve, geralmente associada à vasculite ativa.

DIAGNÓSTICO

  • Angiofluoresceinografia e ICGA: mostram granulomas coroidianos e sinais de vasculite retiniana.
  • PCR de líquido intraocular: detecta o DNA do M. tuberculosis.
  • Teste tuberculínico (PPD) ou IGRA: avaliam resposta imune sistêmica à bactéria.
  • Imagem torácica: radiografia ou tomografia de tórax pode revelar foco pulmonar ativo ou cicatricial.

TRATAMENTO

  • Terapia antituberculosa sistêmica (RIPE: rifampicina, isoniazida, pirazinamida, etambutol).
  • Corticosteroides sistêmicos para reduzir a inflamação ocular associada.
  • Imunossupressores são raramente indicados e usados com cautela.

PROGNÓSTICO

  • Melhora visual significativa em 60 a 70% dos casos com tratamento precoce.
  • Formação de cicatrizes coroidianas pode causar sequelas visuais permanentes.

PREVENÇÃO E CUIDADOS

  • Triagem de tuberculose em pacientes imunossuprimidos ou candidatos ao uso de biológicos.
  • Monitoramento rigoroso da função hepática durante o uso prolongado de medicamentos antituberculosos.

PERGUNTAS FREQUENTES

  1. A tuberculose ocular pode voltar?
    – O risco é baixo se o tratamento for completo e bem conduzido.

REFERÊNCIAS

  • Gupta V, et al. Surv Ophthalmol. 2007;52(6):561–587.
  • Bodaghi B, et al. Ophthalmology. 2003;110(3):672–678.

Compartilhe: