A tuberculose no segmento posterior caracteriza-se por granulomas na coroide, retina e vasculite retiniana. Mais comum em regiões endêmicas, pode ameaçar a visão se não diagnosticada e tratada precocemente.
O QUE É
É a manifestação ocular da infecção por Mycobacterium tuberculosis, disseminada via hematogênica, alcançando a coroide e a retina.
CAUSAS E FATORES DE RISCO
- Infecção sistêmica ativa ou latente por M. tuberculosis.
- Imunossupressão (como em pacientes com HIV ou uso prolongado de esteroides).
- Contato próximo com casos de tuberculose pulmonar.
SINTOMAS
- Visão embaçada.
- Moscas volantes (floaters).
- Manchas ou escotomas no campo visual.
- Dor ocular leve, geralmente associada à vasculite ativa.
DIAGNÓSTICO
- Angiofluoresceinografia e ICGA: mostram granulomas coroidianos e sinais de vasculite retiniana.
- PCR de líquido intraocular: detecta o DNA do M. tuberculosis.
- Teste tuberculínico (PPD) ou IGRA: avaliam resposta imune sistêmica à bactéria.
- Imagem torácica: radiografia ou tomografia de tórax pode revelar foco pulmonar ativo ou cicatricial.
TRATAMENTO
- Terapia antituberculosa sistêmica (RIPE: rifampicina, isoniazida, pirazinamida, etambutol).
- Corticosteroides sistêmicos para reduzir a inflamação ocular associada.
- Imunossupressores são raramente indicados e usados com cautela.
PROGNÓSTICO
- Melhora visual significativa em 60 a 70% dos casos com tratamento precoce.
- Formação de cicatrizes coroidianas pode causar sequelas visuais permanentes.
PREVENÇÃO E CUIDADOS
- Triagem de tuberculose em pacientes imunossuprimidos ou candidatos ao uso de biológicos.
- Monitoramento rigoroso da função hepática durante o uso prolongado de medicamentos antituberculosos.
PERGUNTAS FREQUENTES
- A tuberculose ocular pode voltar?
– O risco é baixo se o tratamento for completo e bem conduzido.
REFERÊNCIAS
- Gupta V, et al. Surv Ophthalmol. 2007;52(6):561–587.
- Bodaghi B, et al. Ophthalmology. 2003;110(3):672–678.