Retinopatias Autoimunes: O que são, Sintomas, Diagnóstico e Tratamentos | SBRV

05/05/2025

As retinopatias autoimunes são um grupo de doenças nas quais o sistema imunológico ataca os antígenos da retina, levando à degeneração progressiva dos fotorreceptores e, consequentemente, à perda visual. Embora raras, essas condições têm impacto significativo na qualidade de vida e podem estar associadas a neoplasias ou síndromes paraneoplásicas1.

O QUE SÃO RETINOPATIAS AUTOIMUNES?

São condições caracterizadas pela produção de autoanticorpos contra proteínas retinianas (como recoverina e enolase), provocando inflamação e apoptose das células fotorreceptoras.

  • Exemplos: retinopatia paraneoplásica (CAR – retinopatia associada ao câncer, MAR – retinopatia associada ao melanoma), retinite autoimune idiopática.

CAUSAS E FATORES DE RISCO

  • Neoplasias ocultas: pulmão, mama, melanoma.
  • Predisposição genética: variantes em HLA (antígenos leucocitários humanos).
  • Mais frequente em adultos entre 50–70 anos.

SINTOMAS

  • Visão cintilante ou com flashes de luz (fosfenos).
  • Manchas escuras (escotomas) centrais ou periféricos.
  • Redução da acuidade visual, especialmente à noite (nictalopia) ou em ambientes claros (hemeralopia).
  • Fotofobia (sensibilidade à luz).

DIAGNÓSTICO

  1. ERG (eletrorretinograma): revela redução nas amplitudes das ondas A e/ou B.
  2. Autoanticorpos séricos: identificados por métodos como Western blot.
  3. OCT (Tomografia de Coerência Óptica): pode mostrar afinamento da camada de fotorreceptores.
  4. Pesquisa de neoplasias ocultas: exames de imagem corporal são indicados, especialmente em suspeitas de retinopatia paraneoplásica.

TRATAMENTO

A base do tratamento é a imunossupressão com corticosteroides sistêmicos. Em casos refratários, podem ser utilizados imunomoduladores ou agentes biológicos, como o rituximabe2.

PROGNÓSTICO

  • Sem tratamento precoce, a progressão pode ser rápida.
  • A estabilização visual é possível em cerca de 30–50% dos casos com terapia imunossupressora adequada.

PREVENÇÃO E CUIDADOS

  • Pesquisa ativa de neoplasias, principalmente em casos de retinopatia paraneoplásica.
  • Monitoramento oftalmológico frequente e ajuste contínuo da imunoterapia.

PERGUNTAS FREQUENTES

  1. É curável?
    – Não, mas o tratamento pode retardar ou estabilizar a progressão.
  2. O tratamento é vitalício?
    – Frequentemente prolongado, com doses ajustadas conforme a resposta clínica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. Thirkill CE, et al. Autoimmune retinopathies. Am J Ophthalmol. 2003;136(3):496–505.
  2. Adamus G, et al. Rituximab in CAR. Ophthalmology. 2015;122(8):1575–1582.

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