O retinoblastoma é o tumor maligno primário mais comum da retina em crianças, geralmente diagnosticado antes dos 5 anos1. Quando identificado precocemente, tem alto índice de cura, mas requer tratamento imediato para preservar a vida e, quando possível, a visão.
O QUE É RETINOBLASTOMA?
Neoplasia que se origina das células fotorreceptoras da retina, podendo ser unilateral ou bilateral.
- Hereditário: mutação germinativa de RB1, bilateral, início mais precoce.
- Esporádico: geralmente unilateral.
CAUSAS E FATORES DE RISCO
- Mutação no gene RB1: causa principal.
- Histórico familiar: 40 % dos casos hereditários.
- Síndromes associadas: trilogia de Retinoblastoma – osteossarcoma.
SINTOMAS
- Leucocória: reflexo branco na pupila (fotografias com flash).
- Estrabismo: desvio ocular.
- Vermelhidão e dor ocular (em casos avançados).
DIAGNÓSTICO
- Exame de fundo de olho sob anestesia.
- Ultrassom ocular (B-scan): avalia massa intrarretiniana.
- Ressonância magnética: exclui extensão orbital e cerebral.
- Exames genéticos: confirmam mutação RB1.
TRATAMENTO
- Quimioembolização intra-arterial: quimioterapia seletiva no tronco oftálmico2.
- Quimioterapia sistêmica: casos bilaterais ou metastáticos.
- Terapia local: crioterapia, termoterapia, laser transpupilar.
- Enucleação: remoção do olho nos casos em que a vida está em risco ou visão não restaurável.
- Radioterapia focal: em situações específicas.
PROGNÓSTICO
- Sobrevida global: >90 % em países desenvolvidos com tratamento oportuno3.
- Visão: preservada em até 70 % nos casos unilaterais tratados rapidamente.
PREVENÇÃO E CUIDADOS
- Triagem neonatal em famílias de risco.
- Acompanhamento genético e oftalmológico anual até os 5 anos.
PERGUNTAS FREQUENTES
- Retinoblastoma é hereditário?
– Pode ser; avalie com aconselhamento genético. - Fotografias ajudam no diagnóstico?
– Sim; reflexo branco (leucocoria) em flash é alerta. - Enucleação sempre necessária?
– Nem sempre; depende do tamanho e localização do tumor. - Existe tratamento sem perder o olho?
– Em muitos casos, sim, com quimioterapia intra-arterial. - Risco de segundo tumor?
– Aumenta em formas hereditárias; monitorar a vida toda.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Dimaras H, et al. Retinoblastoma. The Lancet. 2012;379(9824):1436–1446.
- Abramson DH, et al. Intra-arterial chemotherapy for retinoblastoma. Ophthalmology. 2018;125(10):1665–1673.
- Broaddus E, et al. Survival outcomes in retinoblastoma. Pediatr Blood Cancer. 2020;67(5):e28100.