Retinite por CMV: O que é, Sintomas, Diagnóstico e Tratamentos | SBRV

05/05/2025

A retinite por citomegalovírus (CMV) é uma das principais causas de perda visual em pacientes imunossuprimidos, especialmente em indivíduos com AIDS avançada. Caracteriza-se por necrose retiniana progressiva e exsudatos hemorrágicos.

O QUE É

Trata-se de uma infecção viral oportunista que atinge a retina, promovendo destruição tecidual, inflamação e hemorragias. A doença evolui de forma lenta e pode levar à cegueira se não tratada.

CAUSAS E FATORES DE RISCO

  • Infecção por citomegalovírus (CMV), da família herpesvírus.
  • Pacientes com AIDS com contagem de CD4 < 50 células/mm³.
  • Transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea.
  • Pessoas em quimioterapia ou com imunossupressão grave.

SINTOMAS

  • Visão borrada de início insidioso.
  • Moscas volantes (floaters).
  • Fotofobia leve ou ausente.

DIAGNÓSTICO

  1. PCR do fluido vítreo ou aquoso: confirma presença do DNA do CMV.
  2. Fundoscopia: áreas de necrose esbranquiçada com bordas geográficas e hemorragias em “pizza com queijo e ketchup”.
  3. OCT: mostra alterações estruturais profundas, como edema e necrose das camadas retinianas.

TRATAMENTO

  • Ganciclovir intravenoso ou foscarnet em casos graves ou resistentes.
  • Ganciclovir oral ou valganciclovir como manutenção após estabilização.
  • Implante intravítreo de ganciclovir: em casos refratários ou com recidivas frequentes.
  • Terapia antirretroviral otimizada (TARV): essencial para pacientes HIV positivos.

PROGNÓSTICO

  • Sem tratamento, leva à cegueira em quase 100% dos casos.
  • Com tratamento adequado, estabilização em até 70% dos casos.
  • Risco de recorrência com imunossupressão persistente.

PREVENÇÃO E CUIDADOS

  • Manter contagem de CD4 acima de 100 células/mm³ em pacientes HIV.
  • Profilaxia com valganciclovir em pacientes de alto risco (ex.: transplantados).
  • Acompanhamento oftalmológico periódico.

REFERÊNCIAS

  1. Jabs DA, et al. Ophthalmology. 1985;92(2):228–234.
  2. Van Gelder RN. Ophthalmology. 1995;102(9):1317–1324.

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