A doença de Eales é uma vasculite retiniana idiopática que afeta principalmente adultos jovens, especialmente homens. Caracteriza-se por inflamação dos vasos venosos periféricos da retina, isquemia e neovascularização, podendo levar a hemorragias vítreas e perda visual se não tratada.
O QUE É
Trata-se de um processo inflamatório progressivo que começa nos capilares e vênulas da retina periférica, provocando obliteração vascular e isquemia. A falta de oxigênio estimula a formação de neovasos frágeis, que podem se romper e causar hemorragias.
CAUSAS E FATORES DE RISCO
- Etiologia ainda desconhecida; possível relação imunológica com tuberculose latente.
- Maior incidência em homens entre 20 e 40 anos.
- Mais comum em regiões endêmicas de tuberculose.
SINTOMAS
- Visão borrada intermitente, geralmente devido a hemorragia vítrea.
- Moscas volantes (floaters) em grande quantidade.
- Escotomas temporários (manchas no campo visual).
DIAGNÓSTICO
- Angiofluoresceinografia: revela áreas de não perfusão vascular e neovascularização periférica.
- OCT: útil para avaliar presença de edema macular e alterações estruturais.
- PPD/IGRA: positivos em muitos casos, sugerindo relação com tuberculose latente.
TRATAMENTO
- Panfotocoagulação a laser: trata áreas isquêmicas para prevenir hemorragias.
- Corticosteroides: sistêmicos ou perioculares para controlar inflamação ativa.
- Anti-VEGF: injeções intravítreas para controlar neovasos e edema macular.
- Vitrectomia: indicada em casos de hemorragia vítrea persistente ou descolamento de retina.
PROGNÓSTICO
- Boa recuperação visual com tratamento precoce e adequado.
- Risco de recorrência e complicações que podem comprometer a visão se não monitoradas.
PREVENÇÃO E CUIDADOS
- Avaliação para tuberculose latente e tratamento quando necessário.
- Exames oftalmológicos regulares, pelo menos semestrais, após o diagnóstico.
PERGUNTAS FREQUENTES
- Doença de Eales é contagiosa?
– Não; não se transmite entre pessoas. - Posso precisar de várias sessões de laser?
– Sim; a quantidade depende da extensão da retina acometida.
REFERÊNCIAS
- Eales’ disease: Pathogenesis and management. Surv Ophthalmol. 2002.
- Saxena S, et al. Ophthalmology. 1995;102(3):328–335.