A coroidite serpiginosa é uma inflamação crônica da coroide com progressão em bordas onduladas (“serpiginosas”), que pode afetar a retina adjacente. Ocorre geralmente em adultos entre 30 e 60 anos, causando lesões hipopigmentadas que evoluem para cicatrizes hiperpigmentadas com piora da visão central e periférica.
O QUE É
Doença inflamatória autoimune ou pós-infecciosa caracterizada por áreas de inflamação que se espalham pela coroide em padrões semelhantes a “S” ou “U”, geralmente iniciando próximo à papila e avançando em direção à mácula.
CAUSAS E FATORES DE RISCO
- Origem autoimune presumida.
- Associações com tuberculose latente e sarcoidose em alguns casos.
- Mais comum entre 30 e 60 anos.
SINTOMAS
- Manchas ou escotomas com formato irregular (“raquete”) no campo visual.
- Visão embaçada ou distorcida, especialmente quando a mácula é atingida.
- Fotofobia pode ocorrer em alguns casos.
DIAGNÓSTICO
- Fundoscopia: lesões amareladas com bordas serpiginosas, geralmente iniciando ao redor da papila.
- ICGA (angiografia com indocianina verde): destaca áreas de inflamação na coroide.
- OCT: pode revelar descolamento exsudativo da retina nas fases ativas.
- Angiofluoresceinografia: mostra hipofluorescência precoce e hiperfluorescência tardia nas lesões ativas.
TRATAMENTO
- Uso de corticoesteroides sistêmicos (pulsoterapia e via oral).
- Imunomoduladores e imunobiológicos são indicados em casos persistentes ou recidivantes.
PROGNÓSTICO
- Controle da progressão em cerca de 70% dos casos com tratamento adequado.
- Cicatrizes pigmentadas permanentes nas áreas afetadas da coroide.
PREVENÇÃO E CUIDADOS
- Acompanhamento mensal durante a fase ativa da doença.
- Após estabilização, controle clínico e por exames de imagem com intervalos regulares.
PERGUNTAS FREQUENTES
- A doença pode voltar?
– Sim. Recidivas são comuns sem tratamento imunossupressor contínuo. - A coroidite serpiginosa causa dor?
– Geralmente não; os sintomas principais são visuais.
REFERÊNCIAS
- Mrejen S, et al. Prog Retin Eye Res. 2015;45:100–128.
- Guex-Castellie E, et al. Ophthalmology. 2010;117(3):490–496.