A sarcoidose é uma doença inflamatória multissistêmica de causa desconhecida, caracterizada pela presença de granulomas não caseosos (ou seja, diferentes dos observados na tuberculose) em diversos órgãos, incluindo os olhos. A manifestação ocular posterior pode envolver a retina e coroide, provocando vasculite, edema macular e risco de atrofia retiniana1. Afeta mais frequentemente mulheres e indivíduos entre 20–40 anos. Além dos olhos, pode acometer pulmões, pele e linfonodos.
CAUSAS E FATORES DE RISCO
- Etiologia desconhecida; possivelmente relacionada a uma resposta imune exagerada a antígenos ambientais.
- Predisposição genética: HLA-B8, HLA-DRB1.
- Mais comum em afrodescendentes.
SINTOMAS
- Visão embaçada e manchas móveis (floaters).
- Fotofobia e dor ocular leve em casos de uveíte ativa.
DIAGNÓSTICO
- Exame fundoscópico: presença de granulomas brancos, exsudatos e sinais de vasculite.
- Angiofluoresceinografia e ICG: demonstram áreas de isquemia e infiltrados coroidianos.
- OCT (Tomografia de Coerência Óptica): evidencia edema macular e granulomas sub-retinianos.
- Exames sistêmicos: radiografia e tomografia de tórax, além de biópsia de linfonodo para confirmação.
TRATAMENTO
O tratamento da sarcoidose ocular visa controlar a inflamação intraocular e sistêmica. O manejo envolve:
- Corticosteroides sistêmicos como terapia de primeira linha.
- Imunossupressores e agentes biológicos (como infliximabe2) para casos resistentes ou graves.
- Tratamento local ocular: uso de colírios, injeções perioculares ou implantes intraoculares de corticoides.
PROGNÓSTICO
- Boa resposta inicial ao tratamento, mas com risco de recidivas frequentes.
- Complicações possíveis: catarata induzida por esteroides, glaucoma secundário, e atrofia retiniana.
PREVENÇÃO E CUIDADOS
- Monitoramento sistêmico com foco em função cardíaca e pulmonar.
- Acompanhamento oftalmológico periódico, com frequência definida pelo estágio e gravidade da doença.
PERGUNTAS FREQUENTES
- Sarcoidose ocular é perigosa?
– Pode comprometer a visão se não for tratada adequadamente. - Quanto tempo dura o tratamento?
– Pode durar meses ou anos, variando conforme a resposta e recidivas. - É hereditária?
– A influência genética existe, mas a transmissão direta é incomum.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- James DG. Pathogenesis of sarcoidosis. Lancet. 1996;347(9003):781–784.
- Nguyen QD, et al. Infliximab for ocular sarcoidosis. Ophthalmology. 2007;114(12):1637–1643.